O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

“ Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente.”

(Gênesis 3:22)

Antes da “Queda da Raça Humana”, o ser humano (Adão e Eva) vivia a era da “Plena Santidade e “Inocência Pura” (Gênesis 1:27, 2:25), pois, não havia pecado em seus atos nem nos seus pensamentos. Foi a “Queda” que causou neles o “DESPERTAMENTO DA CONSCIÊNCIA”, ou seja, a raça humana, passou a saber, perceber, ter conhecimento, e entender que poderia agir (escolha pessoal) e julgar seus atos e pensamentos de acordo com o BEM ou com o MAL, isto é, a “CAPACIDADE DE DISCERNIR” entre o BEM e o MALPorém, uma coisa que eles não entenderam de imediato, usando o “livre arbítrio” que já possuíam naquele momento, era que, ao escolherem desobedecer, teriam a partir daí a capacidade de também escolher e julgar segundo o BEM e o MAL, o que geraria, gerou e gera a VIDA ETERNA ou a “MORTE ETERNA”.

Para entendermos essa premissa, é preciso perceber o método de engano que a Serpente (Satanás) usou com Eva em Gênesis 3:1-6. Se você ler com calma e meditar neste texto, você perceberá que a Serpente desvirtuou o significado da proibição de DEUS e a ridicularizou em uma nova forma. Primeiro, o Tentador fingiu surpresa diante da ordem vinda de DEUS e, então, procurou abalar a fé da mulher semeando em sua mente dúvidas, suspeitas com afirmativas falsas sobre os motivos da proibição de DEUS concernente ao “comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal”.

Através de “meias verdades”, o Tentador de forma deliberada, conseguiu desacreditar a DEUS perante Eva e, por conseguinte, Adão também foi alcançado. Quando a fé falha, o firme fundamento da conduta moral entra em colapso, então, faltará apenas um pequeno passo da incredulidade para o PECADO e a DESGRAÇA (Queda da Graça) acontecer. Através da Serpente, Satanás disse: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como DEUS, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gênesis 3:5).

Interessante é que o fato de terem se tornado “conhecedores do bem e do mal” é confirmado pelo próprio SENHOR DEUS, que disse: “eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal” (Gênesis 3:22a), ou seja, o homem passou a ser “como DEUS”, não no sentido de ter se tornado onipotente, onisciente, onipresente e eterno, mas, porque foi “despertado sua consciência” e o Homem passou a conhecer o “bem e o mal” em suas atitudes, passou a ter a capacidade de “julgar” seus atos, se o que faz é “certo” ou “errado“, conforme Gênesis 3:11. Daquele momento em diante o Homem (humanidade) passou a ter a capacidade de “administrar/jugar seus pensamento e ações de acordo com “sua consciência”, faltando, contudo, algo essencial: a “SABEDORIA” para buscar a “Vontade do SENHOR“, conforme podemos verificar em Provérbios 2:3-9, 3:13-18; Romanos 2:14-16; 1 Coríntios 2:14-15; Efésios 5:17.

A vida no “Jardim do Éden” (Paraíso) era como viver no céu, pois tudo era perfeito, e Adão e Eva foram criados para cuidar do Jardim e constituir família, gerando filhos para o SENHOR (Gênesis 1:27-31, 2:15-25), e, se tivessem obedecido a ELE, poderiam viver ali para sempre. Mas, depois de desobedecerem a DEUS, Adão e Eva já não mereciam estar no paraíso, pois quebraram os princípios da “confiança”, “fidelidade” e “dependência” devidas a DEUS. E, se ali ficassem, se comessem “da Árvore da Vida”, se tornariam “imortais”, isto é, viveriam para sempre. Porém, essa “vida eterna” seria (ou é) em um estado de pecado que os fez com que eles “envergonhados, se escondessem eternamente de DEUS” (Gênesis 3:7-13).

Por isso, o SENHOR DEUS, para que eles “não estendessem a mão, e tomassem também da árvore da vida, e comessem, e vivessem eternamente” (Gênesis 3:22b) separados dELE, por amor e compaixão, os “lançou fora do jardim do Éden” (Gênesis 3:23-24). Embora o termo “lançar fora” possa realmente ser traduzido por “expulsar”, o sentido original indica mais o fato de que DEUS “os mandou embora, os despediu”. A diferença é que “expulsar” tem a ver com uma ação baseada na ira, com raiva e sem justiça, enquanto “mandar embora, despedir” tem a ver com uma necessidade momentânea, de algo que precisa ser “resolvido”, e foi justamente aí que teve início o “Plano da Salvação”, cujo resultado final será na Eternidade Remida, quando iremos “tomar e comer da Árvore da Vida” nos “novos Céus e nova Terra” conforme está em Apocalipse 21:1-8, 22:1-5.

 


CALABOUÇOES MENTAIS - FORATALEZAS DO INIMIGO

"Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas."

(2 Coríntios 10:4)

Feito essa introdução, precisamos agora entender mais sobre esse “Despertar da Consciência” humana, que gerou em nós a CAPACIDADE DE DISCERNIR” entre o BEM e o MAL, ou seja, a capacidade de compreender, analisar e julgar o que “certo e errado”, afinal, como “conhecedores do Bem e do Mal” desde Adão e Eva, a humanidade sofreu, e tem sofrido, a influência da “cultura humana” que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade ao longo dos séculos.

Segundo a filosofia, a CONSCIÊNCIA, é a percepção imediata do sujeito daquilo que se passa, dentro ou fora dele. É o conhecimento que o Homem (raça humana) possui dos seus próprios pensamentos, sentimentos e atos. Há dois tipos de consciência, a consciência imediata e a refletida. A “CONSCIÊNCIA IMEDIATA” ou espontânea, atua na própria existência do Homem perante si mesmo, no momento em que pensa ou age. E a “CONSCIÊNCIA REFLETIDA”, ou secundária, é a que capacita o Homem a recuar perante os seus pensamentos, julgá-los, analisá-los para decidir agir ou não. Ambas sofrem diretamente a influência da “CULTURA HUMANA”.

Um bom dicionário diz que a CONSCIÊNCIA, é o sentimento ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior. E ainda, que é o sentido ou percepção que o ser humano possui do que é moralmente certo ou errado em atos e motivos individuais. Sendo a qualidade da mente que abrange qualificações tais como subjetividade, autoconsciência e a capacidade de perceber a relação entre si e o outro.

Dessa forma, a consciência é a essência do ser humano e fonte de conhecimento e da verdade. Nossa consciência faz parte da nossa alma, e é importante porque nos traz, por assim dizer, a noção do que é certo ou errado. O Apóstolo Paulo fala “DESSA CONSCIÊNCIA” em Romanos 2:11-16, especialmente nos seguintes versículos:

Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmosEstes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-seno dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho.” (Romanos 2:14-16).

E é, justamente aí, na CONSCIÊNCIA e nos PENSAMENTOS do Homem (humanidade) que se trava a verdadeira “Batalha Espiritual”, como o próprio  Apóstolo Paulo afirma:

Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo, e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão.” (2 Coríntios 10:3-6).

Neste texto o Apóstolo Paulo está dizendo que as “Fortalezas de Satanás”, nada mais são do que “Calabouços mentais”, ou “Calabouços de Pensamentos”, construídos através da mentira e do engano nas mentes das pessoas através de pensamentos massificados ou ensinados com esta finalidade. Por isso, quem prega a Palavra de DEUS, discípula uma pessoa, precisa aprender a “anular sofismas”, onde “sofismas” significa: “ato de falar que expressa uma concepção ou ideia (ideologia), discurso, habilidade e prática na fala, doutrina, ensino, narrativa, razão, a faculdade mental do pensamento, meditação, raciocínio”.

E “sofismas”, segundo o dicionário, são argumentos, ou raciocínio, concebido com o objetivo de produzir a ilusão da verdade, que, embora simule um acordo com as regras da lógica, apresenta, na realidade, uma estrutura interna inconsistente, incorreta e deliberadamente enganosa. Ainda segundo o dicionário, “sofismas” é uma “argumentação” (conjunto de ideias – ideologias) que aparenta verossimilhança com a verdade ou contem certa veridicidade, mas que, involuntariamente (ou não), possui incorreções lógicas.

Encerrando este seu discurso sobre os “sofismas” (ideologias) usados para criar “Calabouços Mentais” nos membros da Igreja de Corinto, leia atentamente 2 Coríntios 10, Paulo afirma no capítulo 11:

Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais” (2 Coríntios 11:2-4).

Hoje em dia não é diferente, talvez seja até pior, pois há muitos ensinos falsos que parecem até sensatos, mas possuem desvios em sua essência. Não devemos aceitá-los simplesmente porque parecem ter autoridade ou falam de coisas que nos agrada ouvir. Precisamos, nesses dias que antecedem a “Volta do SENHOR JESUS“,  investigar na Bíblia e comparar as palavras ditas e ensinadas sob a Luz da Palavra de Deus segundo a “Revelação” que nos dá o Espírito Santo. A Bíblia deve ser nosso guia de autoridade e não devemos escutar e seguir nenhum pregador autoritário que contradiga a Palavra de Deus.
 

RESULTADO DA QUEDA: CORAÇÃO ENGANOSO E CORRUPTO

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações.”
(Jeremias 17:9-10)

Em Jeremias 17:9-10, o Profeta expõe “duas características” do coração do “Homem Caído“, ou seja, do Homem (humanidade) distante de Deus e conhecedor do bem e do mal. Ele diz que o coração é “ENGANOSO”, isto é, “astucioso e traiçoeiro” no sentido de que ele contém ou esconde “engano”, por isso, “não é confiável”, não se pode “confiar nele”. E diz também que ele, o coração, é “CORRUPTO”, no sentido de ele ser ou estar “fraco, doente, frágil”, ser (humanamente) incurável, porque foi profanado, isto é, perdeu a inocência – seu estado original, sofreu “adulteração” ou “alteração”, e, desta forma, age depravadamente, é devasso, operando “desonestamente” e em “benefício próprio”.

É diante dessa realidade do coração/consciência do homem depois da queda, que o SENHOR DEUS deixa claro que é preciso então acontecer uma “MUDANÇA” tanto no CORAÇÃO (sentimentos) quanto no ESPÍRITO (consciência) do Homem (gênero humano). Através do profeta Ezequiel, o SENHOR afirma que o Homem precisa então “MUDAR” seu “CORAÇÃO” e seu “ESPÍRITO”, a fim de mudar seu comportamento pecaminoso:

Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós coração novo e espírito novo; pois, por que morreríeis, ó casa de Israel?” (Ezequiel 18:31).

Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” (Ezequiel 18:31).

Onde “espírito novo”, que está em minúsculo, no original significa “sede ou órgão dos atos mentais” ou “espírito racional, com o poder ou capacidade pelo qual o ser humano sente, pensa e decide”, isto é, a “sede da vontade” e, especialmente, indicando a “SEDE DO CARÁTER MORAL”. E é neste contexto que devemos entender as falas do SENHOR JESUS, afirmando que:

O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.” (Lucas 6:45).

Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. São estas as coisas que contaminam o homem; …” (Mateus 15:18-20).

Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” (Marcos 7:21-23).

Inclusive, os “desígnios maus do coração humano” foi o motivo da “PRIMEIRA IRA DE DEUS CONTRA A MALDADE HUMANA”. Antes de continuar, é preciso ressaltar que a “IRA DIVINA” na Bíblia, diz respeito a justiça e juízo do SENHOR, segundo seus princípios eternos, baseado em Sua Justiça e Santidade, conforme podemos verificar nos seguintes versículos: Eclesiastes 12:13-14; Mateus 10:15, 11:22,24, 12:36-37; João 3:36, 5:24,29-30, 8:16, 9:39, 16:8; Romanos 1:18. 2:2,5; Colossenses 3:5-6Hebreus 3:10-11, 10:26-271 Pedro 4:7. Dito isto, podemos afirmar que o SENHOR DEUS, após justo julgamento, enviou o “DILÚVIO” contra a humanidade, bem como julgou os moradores de Sodoma, Gomorra e seus arredores, bem como tem “reservado” o “Juízo Final” para o final da “Era da Graça“. Leia com atenção agora as seguintes passagens:

Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração.” (Gênesis 6:5-6).

Ora, os homens de Sodoma eram maus e grandes pecadores contra o SENHOR. … Disse o SENHOR: Ocultarei a Abraão o que estou para fazer, visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra? Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito. Disse mais o SENHOR: Com efeito, o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se multiplicado, e o seu pecado se tem agravado muito. Descerei e verei se, de fato, o que têm praticado corresponde a esse clamor que é vindo até mim; e, se assim não é, sabê-lo-ei.  Então, partiram dali aqueles homens e foram para Sodoma; porém Abraão permaneceu ainda na presença do SENHOR. E, aproximando-se a ele, disse: Destruirás o justo com o ímpio?” (Gênesis 13:13, 18:17-23).

Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.(Apocalipse 20:11-15).

Leia com atenção Gênesis 6:5-9 e Gênesis 18:17-33, veja como o SENHOR DEUS sempre fez e, em CRISTO JESUS (na Graça), ainda faz “DISTINÇÃO” entre os “ATOS DE CADA UM”, não no sentido étnico, religioso, cultural ou social, como o Apóstolo Paulo deixa claro em Romanos 2:11 (leia Romanos 2:11-29, para melhor entendimento), ou Pedro em 1 Pedro 1:17 (leia 1 Pedro 1:13-25, para melhor entendimento), mas, com base no modo de agir e pensar, refletidos nas atitudes diante de Sua Palavra (Bíblia toda, especialmente o Evangelho). Onde “DISTINÇÃO” é no sentido de fazer diferença, separação, entre o JUSTO e o ÍMPIO, o que não tem nada a ver com “religiosidade”, mas com a “obediência” ao SENHOR DEUS em CRISTO JESUS.

Leia agora com atenção e compare os seguintes textos para entender essa “DISTINÇÃO” que o SENHOR faz e fará: Malaquias 3:14-18; João 3:17-21,36; Romanos 2:2-12; 2 Tessalonicenses 1:3-10; 1 Pe 4:11-19; 2 Pedro 2:5-22. Se você leu com atenção e meditou, terá melhor compreensão do que o SENHOR JESUS nos fala em Lucas 17:23-32 ou em Mateus 24:34-39. Você entende agora a pergunta de Abraão ao SENHOR: “Destruirás o justo com o ímpio?” (Gênesis 18:23).

 


ACHARÁ ELE FÉ VERDADEIRA NA TERRA?

“Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?”
(Lucas 18:8)

Tomando por base o parágrafo anterior, podemos afirmar que, infelizmente, muitos interpretem errado a afirmação do SENHOR JESUS em Lucas 18:8, quando diz: “Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?”. Isso ocorre porque relacionam essa “FÉ” no seu contexto imediato anterior, ou seja, em Lucas 18:1-7, onde temos a parábola sobre o “dever de orar sempre sem esmorecer” (Lucas 18:1).

A palavra que foi traduzida como “FÉ” em Lucas 18:8, diz respeito a “convicção da verdade de algo”, é a fé como convicção ou crença no evangelho que diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e com as coisas divinas, geralmente com a ideia inclusa de confiança e fervor santo nascido da fé e unido com ela, como por exemplo, a convicção de que DEUS EXISTE e é o CRIADOR e GOVERNADOR de todas as coisas, o provedor e doador da salvação eterna em CRISTO, de que JESUS é o MESSIAS, através do qual nós obtemos a salvação eterna no Reino de DEUS, é fé religiosa dos cristãos, com base na fidelidade, lealdade e confiança de que CRISTO (e o DEUS PAI) cumprem o que dizem, bem como, nossa resposta em confiança, fidelidade e lealdade a ELES (a CRISTO e a DEUS).

Por isso, na realidade e dentro de seu contexto, Lucas 18:8, está relacionado com a parábola seguinte, como vemos em Lucas 18:9-14, onde o SENHOR JESUS nos ensina sobre a “JUSTIFICAÇÃO DIANTE DE DEUS”, não com base em atos de religiosos (Lucas 18:11-12), mas sim, mediante o reconhecimento de nosso estado pecaminoso, devendo nós mesmos julgar nossos atos segundo a “RETA JUSTIÇA” (Lucas 18:13; João 7:24; 1 Coríntios 11:28-32), isto é, tendo como parâmetro a PALAVRA de DEUS, seus princípios eternos e imutáveis, para “despertar nossa consciência”, para a necessidade do arrependimento sincero, da confissão de nosso estado pecaminoso, a fim de recebermos a JUSTIFICAÇÃO e assim sermos “SALVOS DA IRA” futura e real.

Se você não entendeu o parágrafo anterior, leia com atenção Lucas 18:13 e compare com Mateus 4:17; Atos 2:38, 3:19; Romanos 3:21-26, 5:1-9; Gálatas 2:15-21, 3:22-29 e 1 João 1:9-10. Lembrando que é assim, ou melhor, é por isso, que CRISTO JESUS, não veio “julgar o mundo” (João 3:16-17), afinal o mundo “já foi julgado” e “condenado”, ou seja, as pessoas do mundo “já estão condenadas a futura IRA de DEUS” (João 3:18,36, 5:22-27; Romanos 8:1-2, 5:9; 1 Coríntios 11:31-32, 1 Tessalonicenses 1:10; Apocalipse 20:11-15). Mas, o JUSTO JUIZ, que julgou e condenou o mundo, proveu também a “justificação”, contudo, ela precisa ser aceita e praticada para ter efeito em nossa vida, gerando em nós a “santificação”, a mudança de mente, que reflete santidade em nossas atitudes diárias (João 17:14-21; Romanos 6:16-23; 1 Coríntios 6:9-12; 1 Tessalonicenses 4:1-8; 2 Tessalonicenses 2:9-17).

Talvez agora você entenda que, para acontecer verdadeiramente uma “MUDANÇA” no CORAÇÃO (sentimentos) e no ESPÍRITO (consciência) do Homem (gênero humano), o SENHOR JESUS afirmou que era preciso ocorrer um “NOVO NASCIMENTO” (sentimentos) conforme lemos em João 3:1-7, onde “carne”, no original, significa “natureza humana separada da influência divina, e por esta razão inclinada ao pecado e oposta a Deus”, enquanto o “Espírito” (maiúsculo), indica o papel, o trabalho e poder da “Terceira Pessoa da Trindade, o Santo Espírito”, como princípio vital para transformar (santificar) a consciência do ser humano, influenciando e restaurando sua maneira de sentir, pensar e agir, restaurando sua alma ao “Estado Original”, preenchendo e governando sua consciência, ou sua alma (Romanos 8:5-16; Gálatas 5:16-25).

É nesse mesmo sentido que o Apóstolo Paulo vai nos incentivar a não “conformar com este século” (Romanos 12:2), onde “século” diz respeito ao “tempo em que vivemos”, afirmando duas coisas que precisam acontecer. Primeiro, uma “MUDANÇA DE MENTE” (consciência) naqueles que ainda “NÃO NASCERAM DE NOVO” conforme parágrafo anterior, e também que, os que “JÁ NASCERAM DE NOVO”, não podem se deixar levar pelo “modismo do momento” ou pelos “costumes culturais” da época atual em que vivemos.

Parafraseando o Apóstolo, ele diz o seguinte: “não imitem a conduta e os costumes deste mundo, mas seja, cada um, uma pessoa nova e diferente, mostrando uma sadia renovação em tudo quanto faz e pensa. E assim vocês aprenderão de experiência própria, como os caminhos de Deus realmente satisfazem a vocês” (Romanos 12:2 – Viva). Leia com atenção os seguintes trechos da Palavra de DEUS: 2 Coríntios 6:11-18; Efésios 2:1-22, 4:17-32; 1 Pedro 1:13-16; 4:1-6; 2 Pedro 1:3-14; 1 João 2:15-17.

 


DE ONDE PROCEDE O MAL EM NOSSO CORAÇÃO

“..., porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.”
(1 João 2:16)

Muitas pessoas citam sem, contudo, apreciar a profundidade do que o Espírito Santo, usando o Apóstolo Paulo, nos revela em Romanos 1:16-32. Esse texto, com o devido amparo no que explanamos acima, é elucidativo para entendermos e não nos “conformarmos com o presente século” em que vivemos (Romanos 12:2). No início de sua epístola aos Romanos, o Apóstolo deixa bem claro como o mundo chegou onde chegou, incluindo a Igreja, e o fim a que estão destinados se não mudarem suas atitudes e pensamentos.

Responda uma pergunta, o que há hoje no mundo? João responde: “concupiscência da carneconcupiscência dos olhos e a soberba da vida, que vão passar com o mundo” (1 João 2:16-17). Usando esse texto do Apóstolo João, conforme está em 1 João 2:15-17, especialmente o versículo 16, podemos ver o processo de degradação da humanidade, a qual devemos evitar. Com base em 1 João 2:16, entrelaçado com Romanos 1:16-32, preste atenção no seguinte esquema:

Soberba da vida (Romanos 1:18-23): é o secularismo humanista antropocêntrico, onde a arrogância, a altivez, a autoconfiança exagerada, como certeza insolente e vazia, que confia em seu próprio poder e recursos, despreza e viola vergonhosamente a “lei divina”, ou seja, “os princípios eternos de DEUS”, não se submetendo ao SENHOR CRIADOR, acreditando que não vai “prestar contas” de seus atos a ninguém, nem mesmo a DEUS. Desta forma, acabaram criando “seus próprios deuses pessoais”, materiais (ídolos) e, especialmente, os “intelectuais” e “ideológicos” (pessoas, ideias e ideais), tornando-se assim “loucos”. Nessa “classe de pecado” encontra-se o desejo pelo poder e o acumulo de “conhecimento” ou de mera “sabedoria humana” (diplomas, carreiras, etc., com base no saber meramente humano). Os seguintes textos esclarecem um pouco mais sobre essa “soberba da vida”: Provérbios 3:7-8; Romanos 12:16; 1 Coríntios 1:18-25, 2:4-16, 3:18-20; Colossenses 1:9-12,25-29; Tiago 1:4-6, 3:13-17.

Concupiscência da carne (Romanos 1:26-28): é o secularismo hedonista, onde a humanidade distante do SENHOR, é cada vez menos “guiados” (crentes) ou “influenciados” (não crentes) pelo Espírito Santo (Romanos 8:5,9,14), a “concupiscência da carneaflorou, e aflora, sendo chamada de “natureza humana” (caída) ou “natureza terrena da humanidade” que, por estar separada da influência divina, razão pela qual, é inclinada ao pecado e se opõem a Deus, leva a “bestialidade humana”, onde a humanidade deseja, cobiça e anseia satisfazer “desejos torpes”, especialmente procurando “coisas proibidas” e se entregando a luxúria, ou seja, às paixões sexuais ilícitas, promíscuas e abusivas. É a “velha natureza” do homem com sua capacidade de fazer aquilo que desagrada a DEUS e que é contrária aos Seus Princípios Eternos. Leia atentamente os seguintes textos: Lucas 6:45; Mateus 15:18-20; Marcos 7:21-23, Romanos 8:5-9, 13:12-14; 1 Coríntios 12:2; Efésios 2:1-3; 2 Pedro 2:10-22.

Concupiscência dos olhos (Romanos 1:28-31): é o secularismo materialistanesse texto, no original, “os olhos” diz respeito aos “olhos da mente”, faculdade de conhecer e desejar pelo que os olhos veem, isto é, por aquilo que vemos e desejamos na intenção de acumular, de sempre ter e nunca se saciar com “coisas”. Os olhos são a porta do mundo para a carne, por isso, enquanto a “concupiscência da carne” diz respeito ao “prazer físico”, a “concupiscência dos olhos” traz a ideia do “prazer mental” ou “satisfação pessoal” no que é físico e possível de ser acumulado (riquezas, por exemplo), gerando a ganância e avareza nos corações e pensamentos do Homem (humanidade). Talvez, os seguintes textos podem esclarecer melhor o que é de fato essa “concupiscência dos olhos”: Mateus 6:19-21; Marcos 4:18-19; Lucas 12:15-21,29-49, 18:18-24; 1 Timóteo 6:7-10,17-19.

E, “estes que não conhecem a DEUS“, descritos em Romanos 1:16-31, foram “entregues” por ELE mesmo, ou seja, ELE os “permite” buscarem a satisfação de seus pensamentos e sentimentos perversos (Romanos 1:24). Lembre-se de que as pessoas ai descritas tiveram oportunidade de conhecer os atributos de DEUS (Romanos 1:19-22) e, mesmo sabendo que a MORTE é a penalidade final para o MAL (essência), a MALDADE ou a MALIGNIDADE (atitudes e práticas vindas do mal), mesmo assim, além de pecarem com prazer, também aplaudem os outros que pecam (Romanos 1:32).

Mas, como estes sabiam que o castigo que DEUS impõe ao pecado é a morte? Os seres humanos, como falamos no início, criados à imagem de Deus, têm em si a “consciência básica”, uma “natureza moral básica”, por serem conhecedores do “Bem e do Mal”, tendo, por tanto, a capacidade natural, a consciência, para julgar e escolher entre o “certo e o errado”, sendo essa afirmativa uma verdade que é aceita até mesmo fora dos “círculos religiosos”. Muitos filósofos e sociólogos, por exemplo, dizem que, por “instinto”, muitas pessoas se dão conta quando fazem ou estão fazendo algo incorreto, antiético e imoral. Algumas pessoas, inclusive, se arriscam mesmo assim, e, com vistas a saciar seus desejos pessoais, dizem: “sei que é mau, mas o quero“, ou “sei que é perigoso, mas correrei o risco“.

Este tipo de pessoas, na realidade, não acreditam que estão indo contra a vontade ou princípios éticos e morais declarados por DEUS em Sua Palavra ou até mesmo em normas ou regras éticas e morais estabelecidas naturalmente, ou legalmente, na sociedade, com base no conceito do que é bom ou mau no “consciente popular” (consciência coletiva) conforme o Apóstolo Paulo deixa claro em Romanos 2:1-16, em especial os versículos 14-16, e vemos este princípio aplicado em Gênesis 3:8-11, João 8:7-9 e 1 João 3:19-24. Em algum momento, até mesmo na proximidade da morte, o homem, por mais distante que esteja de DEUS ou viveu distante dELE, terá seus atos e práticas arguidos por sua consciência pessoal (Lucas 23:39-41).

 


O FIM DOS QUE NÃO DENUNCIAM O PECADO

“Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.”
(Romanos 1:32)

Neste sentido, em Romanos 1:16-32, após descrever o estado de decadência da sociedade de sua época, talvez hoje estejamos em situação pior, o Apóstolo Paulo faz duas afirmações ainda mais chocantes.

Primeiro, afirma que os homens pecam conscientemente, pois sabem sim da “sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam” (Romanos 1:32a). As pessoas agem sabendo que estão agindo errado, tentam “sufocar a verdade”, abafam não só a voz de sua própria consciência como daqueles que as denunciam baseados na Palavra de DEUS. No íntimo estes sabem que aquilo que praticam é um ato de rebeldia contra DEUS e passível de morte, contudo, o conhecimento do JUSTO JUÍZO de DEUS e da Sua IRA VINDOURA, não cria nenhuma repulsa ou ódio contra o pecado e nem fomenta disposição ao arrependimento.

Segundo, os “outros”, que inclui alguns cristãos chamados hoje de “liberais, aprovam, ou pelo menos “não condenam” tais práticas, como afirma Paulo: “não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem” (Romanos 1:32b). Isso revela para nós uma sociedade jactanciosa e condescendente, até entusiasmada, com tais pecado elencados em Romanos 1:18-31. O nível mais baixo da degradação moral de uma sociedade é quando ela não apenas pratica o mal, mas também o incentiva e o aplaude. Esse é o clímax da perversidade humana que trará, com certeza, a IRA DE DEUS, como foi nos “dias de Noé” ou como nos dias dos moradores de “Sodoma e Gomorra” na época de Abraão (Lucas 17:25-33; João 3:36).

É o que temos visto no “presente século”, todos os dias, nas redes sociais, na televisão e nos outros meios de comunicação. O homem que aplaude ou encoraja os que praticam algo vergonhoso, embora não praticando-o, não só é “tão depravado” como os que o praticam, mas muitas vezes, se não sempre, são “mais depravado” do que eles realmente. Pois, os que aplaudem e encorajam as ações perversas de outros contribuem deliberadamente para o “estabelecimento de uma opinião pública” favorável ao pecado ético e moral, promovendo assim a “corrupção humana” (moral e ética) de uma multidão inumerável, induzindo-os ao à “CONDENAÇÃO ETERNA”, cuja sentença é o “lago de fogo e enxofre” (Mateus 25:41; Apocalipse 20:10-15).

Que o SENHOR DEUS, em CRISTO JESUS, pela iluminação e discernimento do ESPÍRITO SANTO (1 Coríntios 2:4-16), nos livre, e livre sua Igreja, das artimanhas do Inimigo de nossas almas, o Diabo, o qual, através de uma “TEOLOGIA LIBERAL” (e as demais que lhe deram origem), com sua “HIPER-GRAÇA” (que “abusa da Graça” contrariando Romanos 6:1-23; Gálatas 5:1,13; e seus correlatos) e seu “AMOR, SEM JUSTIÇA E JUÍZO” (que contraria explicitamente João 3:15-21,36, 16:7-14; Hebreus 6:1-2; 2 Pedro 3:5-13; 1 João 4:16-17, e seus correlatos bíblicos), teologia esta que anda de “mãos dadas” com ideologias mundanas, normalizando o pecado (independente de qual seja), banalizando a fé genuína (fé com base em Lucas 18:8, conforme comentamos neste texto) e ainda “tentando calar” aqueles que se levantam denunciando esses ensinos e procedimentos nefastos (2 Timóteo 3:1-17; 2 Pedro 3:1-18).

Que possamos nos tornar e permanecer “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual devemos resplandecer como luzeiros no mundo” (Filipenses 2:15-16; Mateus 12:38-42, 11:20-27).

 


Por ELE, para ELE em Nome dELE! Amém!

por Anderson Fazzion
Líder de Campo da WH Brasil
Pastor Auxiliar da Igreja Batista das Nações
(São Sebastião da Bela vista / MG)