Paz para os dias maus

Paz para os dias maus


Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (João 14:27).


 

Não é preciso falar muito sobre falta de paz, de incertezas, inseguranças, medos e prognósticos “apocalípticos” nesses dias de “pandemia”. Certamente, todos estão acompanhando tudo pelas “muito bem elaboradas” pautas jornalísticas ou não tão bem pautadas redes sociais. Há sim, verdades e mentiras, encontrada em ambas formas de nos mantermos informados nesse século 21, especialmente nesses últimos dias.

E para complementar toda essa situação “pandêmica” político-social de saúde de lutas externas, ainda temos o pecado, o temor, a insegurança, a dúvida e muitas outras forças guerreando em nós. Não é nenhum contexto missionário como que Paulo vivia por pregar o evangelho na Macedônia, mas, com certeza, podemos parafraseá-lo afirmando que, nesses dias, não estamos tendo “nenhum alívio; pelo contrário, em tudo estamos sendo atribulados: lutas por fora, temores por dentro” (2 Co 7:5b). Então, o que mais precisamos é de PAZ. Mas, qual é a PAZ que precisamos?


E Jesus diz que nos dará essa paz se estivermos dispostos a aceitá-la.


Da PAZ que entra em nossos corações a fim de frear as forças hostis que lutam contra nossa fé em nossas corações e mente a fim de oferecer consolo em lugar de conflito. E Jesus diz que nos dará essa paz se estivermos dispostos a aceitá-la. O Senhor Jesus é capaz de nos dar a PAZ como uma realidade. Ele afirmou aos seus discípulos: “deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo 14:27a).

Contudo, será de fato assim? Não seria essa PAZ um “ideal espiritual” como prega as “religiões”? Depende do que entendemos por “paz”. Afinal, o “mundo” de certa forma conhece uma “paz” e busca alcançá-la. É a situação do sossego formal e da não-perturbação pessoal ou social, uma vida “sem ameaças” e “medos’. Com toda a certeza também esse tipo de “paz” constitui um grande bem.

Mas, o contexto global de franca desarmonia e caos social, demonstra que essa “paz” dada pelo mundo, baseada na estabilidade e poder econômico pessoal ou da nação, ou da capacidade dos médicos e cientistas aliadas as decisões dos especialistas em economia, baseada “exclusivamente” nos esforços e capacidades humanas, não pode fazer muito quando o inesperado surge.

Como a atual situação do “mundo” onde um “velho vírus”, com roupagem nova e nome imponente: COVID-19, de forma invisível, sem fazer qualquer tipo de acepção ideológica, não levando em conta a crença pessoal ou a classe social, sem cerimônia, tem assolado povos e nações, sem “separá-los” em grupos minoritários socio-político-partidário-ideológico-religioso-étnico.

Será a irá de DEUS? Seu juízo por causa do pecado do gênero humano ter chegado ao limite razoável de Sua Justiça? Talvez seja a hora de escutarmos o conselho de Paulo aos judeus da Igreja em Roma: “Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus” (Rm 11:22). Nessa afirmação sobre Deus, temos tanto a bondade que presenteia quanto o rigor do juiz que castiga.

Muitos gostam de citar, de forma muito superficial e fora de contexto, a afirmação de Jesus constante em João 3:16 (e outros correlatos) para dizer que: “Deus é amor!” Mas, não complementam com o contexto, como os versículos 18 e 36 de João 3, que afirmam que aqueles que não “creem em Jesus” (no sentido de ouvir suas palavras e obedecer) já “está condenado e reservado para a ira de Deus” (Jo 3:18,36).

O problema é que muitas pessoas acham que a “demora de Deus” em castigar é uma forma dEle demonstrar esse “suposto amor” barato pregado por alguns. Na realidade, de certa forma, sim pode ser entendido como uma das facetas do amor de Deus, não de transigência complacente ou cumplicidade com os pecados da raça humana. Pelo contrário, é “a riqueza da bondade dEle” como diz Paulo, “em tolerar, sendo longânime” para conduzir o homem (gênero humano) ao arrependimento, a fim de que este não sofra “a ira na revelação do justo juízo de Deus” (Rm 2:4-8, 9:17-24, 11:22; Mt 16:27).


O mundo (povos e nações) anseia por paz e, apesar disso, não é capaz nem de encontrá-la nem de concedê-la.


Por isso, o “mundo”, desde que se “soltou de Deus” (Salmo 2:2-5), encontra-se essencialmente na falta de paz, motivo pelo qual sem cessar experimenta muitas catástrofes, das mais variadas formas, que lhe causam dores, insegurança e intranquilidade (Lucas 21:8-11). Por estes motivos o “mundo” (povos e nações) anseia por “paz” e, apesar disso, não é capaz nem de encontrá-la nem de concedê-la.

É dentro desse contexto, para tempos hodiernos de “comoção pandêmica”, Jesus enfatiza: “Não vos dou a PAZ como a dá o mundo” (Jo 14:27). Ele se refere a uma “paz” de espécie completamente diferente. Uma “Paz” como o mundo o deseja e tenta proporcionar, Jesus não pode assegurar a seus discípulos, por isso ele fala expressamente da “SUA PAZ”. Ela é, como revela toda a história da Paixão de Cristo, uma paz completa em meio às piores aflições de todos os lados e na mais extrema escuridão dos suplícios que um homem jamais ousaria suportar.

Durante todos os eventos amargos, desde a detenção até o último clamor na cruz, não saiu dos lábios de Jesus nem uma única palavra sem paz, amarga ou desesperada. Também no grito do abandono por Deus ouve-se, apesar de tudo, sem amargura o “Deus meu, Deus meu” (Mt 27:46). Judas, o “traidor”, é tratado como “amigo” (Mt 26:50), nem Caifás (líder eclesiástico) ou Pilatos (líder governamental) são alvos de ameaça ou revolta por parte de Jesus (Mt 26:63; 27:14). E soldados e escarnecedores sob a cruz ouvem apenas as preces pelo perdão a favor deles (Lc 23:34-37).

Nesses tempos de “pandemia viral” e “comoção pandêmica social” precisamos dessa mesma PAZ. A PAZ dEle, Cristo Jesus, que nos faz ter paz com Deus e com os humanos (Ef 2:13-14). Afinal, essa PAZ não é algo que deve caracterizar somente a ELE, pelo contrário, ELE a deixou como um legado aos seus discípulos manifestado pela presença real do Espírito Santo que vive nos verdadeiros cristãos (Jo 14:25-28; 16:7; Rm 8:6; 14:17). Desta forma se torna palpável toda a diferença entre aquilo que o “mundo dá”, e o que Senhor Jesus concede.

Sim, a PAZ de Deus é diferente da paz do mundo. A verdadeira paz não se encontra no pensamento positivo, na ausência de conflitos ou nos bons sentimentos. Ela vem de “saber que Deus está no controle de todas as coisas” (Sl 46:10; 66:7). Como o Senhor Jesus fez ao ir em direção a cruz, Ele confiava nos desígnios do PAI (Mc 14:35-36; Fp 2:5-9; Hb 12:2). Para os que já se renderam a Cristo, a cidadania no Reino de Cristo está garantida, nosso destino já foi determinado e podemos alcançar a vitória sobre o temores e incertezas causado pelo pecado e este “mundo mal” (Jo 16:32-23).


Sim, a PAZ de Deus é diferente da paz do mundo.


Deixe que ELE dê você essa PAZ de Deus que protege o seu coração contra a ansiedade como diz Paulo:

Se fizerem isto, vocês terão experiência do que é a paz de Deus, que é muito mais maravilhosa do que a mente humana pode compreender. Sua paz conservará a mente e o coração de vocês na calma e tranquilidade, à medida que vocês confiam em Cristo Jesus.
(Fp 4:7 – Bíblia Viva).

Nesse texto Paulo destaca algumas verdades profundas sobre a PAZ de Deus. Primeiro o apóstolo afirma que ela é poderosa contra a “ansiedade” quando buscada em oração (Fp 4:6) e, baseada nos ensinos de Cristo Jesus, ela “transcende a compreensão humana” (Fp 4:7), ou seja, vai além da compreensão humana. A despeito da tempestade do lado de fora, podemos desfrutar bonança do lado dentro. Ela coexiste com a dor, com as lágrimas, com o luto e com a própria morte. Essa é a paz que os “mártires” sentiram diante do suplício e da morte.

Em segundo lugar, essa PAZ de Deus pode “guardar”, como uma sentinela, um soldado na torre de vigia, protegendo a cidade. A paz de Deus é como um exército protegendo-nos dos problemas externos e dos temores internos (2 Co 7:5b). Paulo diz que essa PAZ guardará tanto “nossa mente” (de pensamentos errados), quanto “nosso coração” (de sentimentos errados), isto é, tanto “nossa razão” quanto nossas “nossas emoções”.

As nossas maiores batalhas são travadas no campo da mente, das ideias, que afetam diretamente nossas emoções (Pv 4:23; Mc 7:21-22). É nessa trincheira, que a guerra é ganha ou perdida. O homem é aquilo que ele pensa. Precisamos fechar os portais da nossa mente para o que é vil e abrir as suas janelas para o que é verdadeiro, justo, amável e de boa fama, como o apóstolo sugere no encerramento de sua carta a Igreja em Filipos (Fp 4:8).

Então, do que você tem enchido sua mente nesses dias de “pandemia viral” que tem causado uma “comoção pandêmica social”? Plagiando o apóstolo, … Ao terminar este texto quero dizer-lhes mais uma coisa:

Firmem seus pensamentos naquilo que é verdadeiro, bom e direito. Pensem em coisas que sejam puras e agradáveis e detenham-se nas coisas boas e belas que há em outras pessoas. Pensem em todas as coisas pelas quais vocês possam louvar a Deus e alegrar-se com elas.” (Fp 4:8 – Bíblia Viva).

Ao produzir esse texto, parafraseado de compilações de alguns comentários bíblicos e impressões pessoais minhas, desejo do fundo do meu coração, que nesses dias conturbados de COVID-19, você conheça e receba ao Senhor Jesus em seu coração para experimentar essa PAZ que o mundo não pode te dar!

Fique na PAZ!

 

por Anderson Fazzion
Coordenador do CIM WH Brasil

 

 


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