Como orar por missões?
“Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” (Tiago 5:16).
O recurso mais poderoso do cristão é a comunhão com Deus. através da oração. Os resultados são frequentemente maiores do que pensamos ser possível. Algumas pessoas veem a oração como um último recurso a ser tentado, quando tudo mais falhar. Esta abordagem é contrária aos princípios mais elementares da oração no contexto Bíblico.
A oração deve vir em primeiro lugar. Pelo fato do poder de Deus ser infinitamente maior do que o nosso, só faz sentido confiar neste — especialmente porque o próprio Senhor nos encoraja a fazê-lo.
O poder da oração é o maior poder no mundo. A história mostra o progresso da humanidade: poder do braço, poder do cavalo, poder da dinamite, poder da bomba atômica, do conhecimento humano. Mas o maior poder é o poder de Deus que se manifesta através da oração dos justos.
Todos cristãos, temente a Deus, embora sujeitos a fraquezas, podem ter vitória na oração. Elias era homem sujeito às mesmas fraquezas (teve medo, fugiu, sentiu depressão, pediu para morrer), mas era justo e a oração do justo pode muito em sua eficácia (Tiago 5:17-18).
Elias orou fundamentado na promessa e ordem de Deus. Conforme vemos em 1 Reis 18:1 Deus disse que enviaria a chuva e em 1 Reis 18:41-46, Elias orou pela chuva. Não podemos separar a Palavra de Deus da oração. Em Sua Palavra Deus nos dá as promessas pelas quais devemos orar.
Neste sentido, deixamos a seguir “sete propósitos”, ou “sete motivos”, baseados nas experiências missionárias do Apóstolo Paulo, para que você, individualmente ou coletivamente com sua Igreja, seja motivado a orar por missões, pelos missionários e organizações missionárias.
Sete propósitos para orar por missões
#7propósitosparaorarpormissões
Clique em cada link abaixo e leia cada uma dos sete propósitos para orar por missões:
"Perseverai na oração, vigiando com ações de graças. Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado; para que eu o manifeste, como devo fazer." (Colossenses 4:2-4).
Paulo pede que os cristãos "perseverem na oração, vigiando com ações de graças". Isso fala de não esmorecermos diante da dificuldade ou demora em ver nossas orações respondidas. Nossa perseverança na oração demonstra que acreditamos que Deus responderá nossas orações.
Embora Paulo estivesse "algemado" (preso), ele não pede que se abram as portas da prisão, mas que se abra "a porta à Palavra" para que ele exercesse seu ministério (At 14.27; 1 Co 16.9).
Não só para que se abrisse a porta para pregação do evangelho, mas Paulo pediu também oração para poder proclamar as boas novas de Cristo da maneira correta, a fim de pregar o evangelho com capacidade e intrepidez (Cl 1:26; Ef 6:19, 20).
Portas abertas nem sempre são garantia de que os missionários chegarão aos corações das pessoas. Muitos missionários trabalham em países de acesso difícil.
Orar pedindo que as “portas sejam abertas” incluem mais do que somente acesso às nações e grupos de pessoas, inclui pedir que cada coração também possa estar aberto e receptivo à verdade de Deus.
Mas, também é necessário que haja “trabalhadores” para atuar em cada “porta” que se abrir (Lc 10:2).
"...; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho,..." (Efésios 6:19).
O pedido de Paulo é duplo. Primeiro, ele deseja sabedoria para que “me seja dada, no abrir da minha boca a Palavra”. O apóstolo está ciente de ter sobre si a grande responsabilidade de pregar o evangelho, por isso, ele quer estar seguro de que, quando as oportunidades se apresentarem, ele venha a falar a Palavra certa.
Ele quer ter a certeza de que a palavra que disser sempre seja a palavra de Deus. Segundo ele deseja ousadia para fazer notório o mistério do evangelho. Ele quer poder para anunciar a verdade que Deus, em Cristo Jesus, a salvação para todos os homens (Rm 1:16).
Ele deseja audácia para pregar esta mensagem sem vacilar diante dos homens e sem abrir mão dos princípios do evangelho. Ele precisa pregar o evangelho completo para o mundo inteiro (1 Co 9:16).
A posição de Paulo na prisão, como um "embaixador em cadeias" (Ef 6:20), não o move a pedir orações especiais por seu bem-estar pessoal e tranquilidade, mas sim pelo poder para expor o evangelho.
"Finalmente, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor se propague e seja glorificada, como também está acontecendo entre vós;..." (2 Tessalonicenses 3:1).
O apóstolo Paulo pede oração à igreja pelo êxito da pregação em Corinto, onde estava, quando escreveu esta carta, assim como a Palavra estava se espalhando em Tessalônica (1 Ts 1.8-9).
Houve momentos de tanta angústia para Paulo em Corinto que o próprio Deus lhe apareceu numa visão, dizendo: “Não temas, pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18.9,10).
Há dois pedidos em relação à evangelização:
- Primeiro para corresse velozmente, esse é o significado da palavra “propagar” no original, como uma corrida de um guerreiro na batalha. Paulo usa a palavra aqui para expressar sua preocupação pelo livre curso do evangelho. Para o rápido progresso do evangelho.
- Em segundo lugar Paulo pede para que a Palavra pudesse ser glorificada, sendo pregada com fidelidade e poder, quando ela é acolhida com fé e humildade e quando ela frutifica abundantemente para a glória de Deus.
Ela é glorificada na vida do mensageiro e na vida do ouvinte, tanto na vida dos que a compartilham quanto dos que a recebem.
"Orem também para que Deus nos livre das pessoas más e perversas, porque a fé não é de todos." (2 Tessalonicenses 3:2).
O apóstolo Paulo pede oração por proteção espiritual pois sabia que o maligno tem os seus agentes de plantão, réprobos quanto à fé, homens perversos e maus, que articulam planos para obstruir a obra e atormentar os obreiros.
O trabalho cristão é combate sem intermitência. Todo aquele cujo ministério se torna uma ameaça para o reino do diabo sofrerá, como Paulo, este tipo de oposição irracional.
Paulo não pede necessariamente que tais opositores deixem de agir, mas que ele seja salvo de suas maquinações. O apóstolo não combate esses homens maus com armas carnais. Ele compreende que essa era uma batalha espiritual e, por isso, pede orações à igreja por livramento.
Paulo descreve esses homens de duas maneiras: são "perversos" indicando que eles pervertem os valores e atacam os obreiros de Deus; também são "maus", significa “iníquos”, “mal-intencionados”, usada para descrever o “Maligno”.
Esses dois adjetivos indicam que eles têm o mesmo caráter maligno e as mesmas intenções perversas do "Maligno".
Somos exortados a dependermos da graça de Deus, uma vez que a promessa foi feita, seu cumprimento é seguro e certo (Mt 6:13; Jo 17:15).
“..., luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor, para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia, e que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos;...” (Romanos 15:310-31).
Paulo pede que orem por suas visitas a Jerusalém e Roma (Rm 15:30-32). O apóstolo orava constantemente pelos cristãos de Roma (Rm 1:9-10), portanto, nada mais lógico que pedir-lhes que orassem por ele.
Paulo menciona dois tópicos pelos quais eles deveriam orar. O primeiro refere-se à oposição dos não-cristãos, para que fosse livre dos “descrentes da Judéia”. Ele estava consciente de que tinha muitos inimigos entre os judeus descrentes, que consideravam Paulo um traidor que pervertia a religião judaica e, com certeza, iriam conspirar e fazer tudo para levá-lo ao fracasso e até à morte (At 21:13).
A segunda preocupação tinha a ver com a comunidade cristã judaica em Jerusalém: “para que meu serviço em Jerusalém seja aceito pelos santos”. Paulo estava levando consigo as ofertas recolhidas dentre as igrejas gentílicas para as necessidades dos santos da Judéia (1 Co 16:1-6).
Essa “coleta” foi abundante (2 Co 8:1-15; 9:1-15) e era mais que ajuda financeira, simbolizavam a comunhão entre gentios e judeus, um elo de união da multirracial igreja primitiva. Se aceita, fortaleceria a união em Cristo dos dois povos.
Se os líderes cristãos judeus aceitassem a “dádiva” das igrejas gentílicas, endossariam o evangelho de Paulo e sua aparente desconsideração pela lei e pelas tradições judaicas. Porém, se a rejeitassem, seria uma verdadeira tragédia, que aumentaria a rixa entre cristãos judeus e cristãos gentios.
Por isso, devemos orar para que, entre igrejas e organizações missionárias, independentes de nacionalidade e linha teológica, haja “cooperação e parcerias”, pois, são essenciais ao ministério e vitais ao progresso do trabalho na seara do Senhor.
Então ore para que o ministério e a atitude do missionário sejam dignos de aceitação, que não haja disputas nem revanchismo denominacionais, para que o “mundo” veja Cristo na missão e nos missionários e creia no Evangelho (Jo 17:21).
“Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.” (Atos 13:4).
Foi assim que começou a primeira viagem missionária do apóstolo Paulo, com a Igreja, líderes e membros, orando e jejuando na busca da direção de Deus (At 13:1-3). A igreja se envolveu ao enviar ao Paulo e Bernabé, mas o plano era de Deus (At 13:4).
Paulo e Bernabé realizaram a primeira viagem missionárias juntos porque o Espírito Santo os conduziu. Historicamente Eles seguiram as rotas de comunicação do Império Romano, o que facilitou a viagem e visitaram populações chave e centros culturais para alcançar tanta gente como fora possível.
O Espírito Santo não age à parte da igreja, mas em sintonia com ela, especialmente a igreja que jejua e ora pedindo a direção de Deus. Sim, é a igreja que impõe as mãos e despede, mas é o Espírito quem envia os missionários. Assim, os missionários exercem seu ministério pelo Espírito Santo, pelo menos é o que deveria ser.
Esse texto do livor de Atos deixa claro que foi o Espírito quem enviou, instruindo a igreja a fazê-lo, e que a igreja os enviou, por ter recebido instruções do Espírito. Entender isso nos ajuda a evitar dois extremos. O primeiro é a tendência para o individualismo, pelo qual uma pessoa alega direção pessoal e direta do Espírito, sem nenhuma referência à igreja.
O segundo é a tendência para o institucionalismo, pelo qual todas as decisões são tomadas pela igreja sem nenhuma referência ao Espírito. Apesar de não podermos negar a validade da escolha pessoal, ela só é verdadeira comissão do "IDE" (Mt 28:19; Lc 24:49) quando vinculada ao Espírito e à igreja. O Espírito Santo tanto comissiona quanto impede e impele para uma direção certa (At 16:6-12).
Então ore para que líderes de igrejas e a igreja como um todo, comissiones seus missionários para a obra de Deus com a direção do Espírito Santo. Pois precisamos e dependemos do Espírito Santo. A igreja não pode conseguir uma única conversão sem a ação e obra do Espírito Santo (Jo 16:7-11).
“Porque, chegando nós à Macedônia, nenhum alívio tivemos; pelo contrário, em tudo fomos atribulados: lutas por fora, temores por dentro.” (2 Coríntios 7:5).
Embora o contexto de 2 Coríntios 7 seja a continuação do assunto deixado no capítulo 2:13, onde o apóstolo Paulo trata de seu desejo de encontrar a Tito bem como de sua carta remetida à Igreja de Corinto, podemos aprender sobre uma realidade dos missionários, especialmente no campo transcultural: necessidade de refrigério espiritual (no sentido de alívio espiritual, diminuição de peso ou de carga).
Depois de sua visita traumática a Corinto, ao chegar a Trôade e mesmo tendo uma porta aberta para a evangelização, não teve paz em seu espírito e foi para a Macedônia com o propósito de encontrar Tito (2 Co 2:12-13). Mas, sua inquietação espiritual aumentou com a impaciência de sua carne. Estava preocupado de todos os modos e de todos os lados. Parecia que todas as circunstâncias se uniram contra ele, para lhes tornar miserável o viver.
Do lado de fora havia lutas, que eram a oposição dos gentios, dos judeus, e dos falsos irmãos. Em sua própria mente e coração havia temores, ansiedade por causa do efeito da carta que havia escrito aos Coríntios. Por isso, sua estada na Macedônia foi extremamente atribulada. Ele não teve nenhum alívio, ao contrário, teve "lutas por fora e temores por dentro".
O simples fato de vivermos em sociedade nos obriga a combinarmos procedimentos com os demais. Existem desejos, necessidades e forças distintas que são fontes de incidentes e desavenças ou convites a acordos. As vezes reagimos automaticamente aos estímulos, com defesas, ataques e emoções antes mesmo de estarmos conscientes do que se passa. Quando aflitos, com medo ou tristes, podemos admitir o que se passa e orar, buscando o auxílio de Deus e de pessoas amigas.
Sim, mesmo grande pregadores como o apóstolo Paulo, têm a parte da fragilidade da natureza humana que sujeita a tensões, que têm repercussões mentais e físicas. Tais tensões são sentidas mais fortemente pelas almas supersensíveis, ou daqueles mais "expostos" como missionários transculturais. A preocupação autêntica, como a que Paulo tinha pelos coríntios, assim como os missionários têm com a comunidade onde servem, aumenta a capacidade de sofrimento.
Sim, missionários enfrentam muitas das mesmas pressões que enfrentamos na vida, como esmagadora carga de trabalho, conflitos em relacionamentos e incertezas financeiras. Contudo, às vezes, os missionários lutam com todas essas questões sozinhos, sem a amizade e o apoio de outros cristãos no local onde está servindo. Morar e trabalhar em outra cultura acrescenta um elemento que pode esgotar a vitalidade física, emocional e espiritual deles.
Então ore por refrigério espiritual dos missionários nos diversos campos, para que eles "sejam revigorados com a chegada de alguém com notícias boas para eles", da mesma forma que Paulo teve, com a consolação restauradora que recebera com a chegada de Tito (2 Co 7:5-16).
(Os textos constantes na introdução e em cada comentários dos sete propósitos acima são compilações e combinações de diversos comentários bíblicos diversos).